Entrevista com Campeã Individual 2007 - Minigolfe
Olhar para um campo de minigolfe é quase regressar ao Portugal dos Pequeninos?
Sim, é essa a ideia mas a primeira ideia errada que existe no minigolfe é que isto é para crianças. Não é para crianças, é para adultos e crianças também. Este é um desporto fantástico porque alia de uma forma única a diversão e a competição. Conseguimos ter na mesma competição a jogar pais e filhos, netos e avós. Isso existe porque a competição é disputada de igual forma para todas as categorias, desde os infantis até aos seniores.
Se calhar com outra vantagem, desde logo, que é o facto de o campo ser tão pequeno e de não se cansar tanto na deslocações entre buracos.
Esse é o segundo erro de quem nunca jogou minigolfe. O minigolfe exige muito treino. O facto de as pistas serem pequenas permite que todas se façam de uma tacada só. O famoso "all in one" do golfe é sempre possível no minigolfe e é sempre esse o objectivo do jogador. Um jogador que está a jogar a sério faz aqui 30 tacadas.
É possível fazer todas as pistas com uma tacada?
O atleta que tiver bom material, que o conhecer e souber aplicar e tiver depois uma boa capacidade de treino, tem à partida muito mais vantagens. Em relação ao esforço, um torneio de minigolfe desenvolve-se num fim-de-semana completo. Entre sábado e domingo fazemos seis voltas ao circuito. Estamos todo o dia, permanentemente, a jogar. Realmente de uma pista para a outra andamos dois ou três metros mas fazemos isto seis vezes por dia. Além disso, sempre que temos um torneio, isso implica horas de treino no fim-de-semana ou dia anterior e neste treino normalmente estamos no campo das 9h às 18 ou 19h.
Não se pode pensar que é ‘carne para canhão’...
É verdade que toda a gente pode jogar, temos pessoas a jogar desde os 8 aos 70 anos, mas à partida, o atleta que estiver melhor fisicamente tem também mais condições porque este exercício exige muita concentração.
As pistas apresentam obstáculos para ultrapassar. Isso é aliciante?
É esse o segredo. As 18 pistas são todas diferentes e todas têm obsctáculos [com excepção da primeira, na Costa Nova] diferentes e eles são ultrapassados de forma diferente. E cada obstáculo não tem uma forma única de ser jogado, podemos jogar às tabelas, com bolas rápidas, lentas e não raras vezes, dez atletas jogam dez bolas diferentes e podem fazer mais do que uma jogada diferente na mesma pista.
Que outros aspectos diferenciam o minigolfe do golfe?
No golfe o objectivo é jogar com força e colocar a bola o mais próximo possível do buraco na primeira tacada e depois jogar ao buraco. No minigolfe a força é o nosso pior inimigo, temos de a controlar muito. Temos de jogar devagar e com muita precisão acima de tudo.
Há um número máximo de tacadas para cada buraco?
Em cada buraco temos seis tentativas para introduzir a bola no buraco. Se à sexta tentativa não conseguirmos ficamos com sete pontos. O objectivo é chegar ao fim dos 18 buracos com o mínimo de tacadas possível.
Ficou satisfeita com o título de campeã nacional?
Muito. Foi o culminar de um ano de trabalho. Já jogava há oito anos e ainda não tinha sido campeã nacional, embora já tivesse ficado em segundo e terceiro lugar e começava a achar que não iria conseguir. Fiz uma reflexão e achei que precisava de mudar alguns métodos de treino. Tive de treinar mais e melhor e quando consegui alterar o sistema de treino tive resultados quase de imediato.
Ficha técnica
Nome - Anabela Pereira (na foto)
Idade - 35 anos
Naturalidade - Vila Nova de Gaia e residência em Ílhavo
Clube de Minigolfe da Costa Nova
Palmarés:
- Vencedora da Taça de Portugal em 2003
- Campeã nacional individual e por equipas em 2007
Próxima meta:
- Ganhar as duas próximas jornadas do campeonato nacional e ser campeã em 2008
Nota: Noticia retirada da Net.
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