DE TARDE
Naquele pic-nic de burgueses,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela- Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grã-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas- Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia. Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encantado da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde
2 Comments:
Olá,
ouço a letra cantada por Pedro Barroso, nos dias em que estou "virada" para essa música. Agora enquanto lia reconhecia a letra mas não me lembrei da música enquanto não li a parte das papoilas, hhehehe
Um ramalhete rubro de papoilas para a tua semana!!
Sempre adorei este poema de Cesário verde. É uma autentica delícia que guardo dos tempos do Secundário...que saudades!! E já agora, sabias que o Pedro Barroso é meu vizinho aqui nesta bela vila Ribatejana?
;P Beijocas
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