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sexta-feira, novembro 24, 2006

DE TARDE

  • Naquele pic-nic de burgueses,
    Houve uma coisa simplesmente bela,
    E que, sem ter história nem grandezas,
    Em todo o caso dava uma aguarela
  • Foi quando tu, descendo do burrico,
    Foste colher, sem imposturas tolas,
    A um granzoal azul de grã-de-bico
    Um ramalhete rubro de papoulas
  • Pouco depois, em cima duns penhascos,
    Nós acampámos, inda o Sol se via;
    E houve talhadas de melão, damascos,
    E pão-de-ló molhado em malvasia.
  • Mas, todo púrpuro a sair da renda
    Dos teus dois seios como duas rolas,
    Era o supremo encantado da merenda
    O ramalhete rubro das papoulas!

    Cesário Verde

2 Comments:

At 27/11/06 18:24, Anonymous Anônimo said...

Olá,

ouço a letra cantada por Pedro Barroso, nos dias em que estou "virada" para essa música. Agora enquanto lia reconhecia a letra mas não me lembrei da música enquanto não li a parte das papoilas, hhehehe

Um ramalhete rubro de papoilas para a tua semana!!

 
At 4/12/06 23:24, Anonymous Anônimo said...

Sempre adorei este poema de Cesário verde. É uma autentica delícia que guardo dos tempos do Secundário...que saudades!! E já agora, sabias que o Pedro Barroso é meu vizinho aqui nesta bela vila Ribatejana?
;P Beijocas

 

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